Poderíamos
começar por falar na tão aguardada chegada a Ceuta mas não seria a mesma coisa
se não referíssemos o quão importante foi a viagem em si.
Durante a
viagem, um turbilhão de sensações pairou no ar pois foi aí que começámos a
aperceber-nos da tomada de um novo rumo, um rumo bastante importante para cada de
nós. Foi um trajecto atribulado mas que nos fez “agitar” as ideias e tomar consciência
da entrada numa nova etapa das nossas vidas.
A chegada a
Algeciras, local onde se faz a travessia de barco para Ceuta, ficou marcada
pela recepção do José António (Vicedecano de Investigación y Relaciones
Internacionales) que nos fez uma contextualização histórica, geográfica e até
vivencial da cidade e zonas envolventes. O vento que se fazia sentir e a
paisagem visível, na parte exterior do barco, fez-nos atenuar um pouco o
cansaço da viagem de autocarro.
Eis que chegámos! Foi óptima a sensação de pisar “solo firme” e ler “Ciudad Autónoma de Ceuta”. Pouco depois fomos almoçar com alguns elementos do corpo docente da Facultad de Humanidades y Educación, com as nossas mentoras e duas estudantes ERASMUS provenientes da Bulgária.
No dia
seguinte reunimo-nos pela primeira vez com a equipa de atribuição de bolsas e
foi um momento importante para a formalização da nossa chegada, bem como para a
negociação e escolha das instituições de estágio. Seguiu-se um pequeno-almoço
tipicamente árabe, primeira referência cultural onde nos serviram “Té Moruno” e
algo que nos soou a “Rifas” recheadas. Os alimentos desta cultura são
confeccionados com bastante mel, açúcar e amêndoas pois são ingredientes
bastante nutritivos e energéticos necessários às pessoas mais carenciadas e às
situações em que se passa muito tempo sem comer.
O próximo acontecimento ocorreu em plena porta do Lidl e só o referimos por mera curiosidade uma vez que, se em Portugal há arrumadores de carros, em Ceuta há arrumadores de compras (no mínimo curioso). Para que percebam, há homens às portas dos hipermercados que nos tiram as compras literalmente e as colocam directamente na bagageira de um táxi. Até aqui pensámos ser pura simpatia mas, quando vimos as suas mãos esticadas a pedir dinheiro pudemos constatar que funcionam como os arrumadores de carros tão visíveis em Portugal.
Após as
compras no mínimo caricatas, tivemos o nosso primeiro encontro cultural com as
nossas mentoras Isa e Maria Hernadéz e com as duas estudantes búlgaras de
ERASMUS Elina e Martina. Esta experiência permitiu-nos a permuta e aprendizagem
não - formal de palavras em espanhol, búlgaro bem como o ensino de algumas
palavras em língua portuguesa. O mesmo aconteceu no dia que se seguiu mas desta
vez numa “Barrilada” que é caracteristicamente uma festa onde há um barril
grande de “tinto de verano” e diversas tapas para acompanhar.